Sexta-Feira

Sexta-feira.
Dou por mim sentada no autocarro, rumo a casa... as paisagens não se deixam focar, passam tão rápido que os pormenores escapam. Os pensamentos voam para um além inalcançável, as conversas repetem-se banalmente! Queria dizer algo mais... mas pergunto se está tudo bem? Como correu a semana? Que acha deste ou daquele professor, fala-se do imenso trabalho que nos espera o semestre... e o resto... fica-se pelos sorrisos discretos e pelos cruzamentos de olhares repentinos.
Consulta-se o telemóvel... sem novidades e vê-se as horas umas quantas vezes! Já faltou mais, vem a voz do fundo.
Queria cerrar as pestanas por instantes, assim o tempo passava, o fim do dia chegava e não dava conta! Assim...
Conta-se quilómetros, contam-se minutos e pensa-se…
Pensei no que aconteceu de significante nesta semana? Ora bem, Terça-feira foi igual a Segunda, Quarta não fugiu á regra, Quinta foi ligeiramente diferente. Agradavelmente assisti a um concerto de piano enquanto bebia um delicioso chá e bem acompanhada por sinal. Depois disso foi aquele abraço... aconchegante, ofegante e meigo.
Passou noite e desejei o dia. Acordei com o sol a espreitar á janela. Pulei da cama de imediato e abri a janela… nem queria acreditar! Não chovia e o frio parecia ter-se escondido!
Lá vou pensando e o tempo vai voando...
Mas hoje apesar de começar como um dia normal de aulas o sol deu outro brilho ao dia, contudo hoje é diferente. É sexta-feira, faço as malas e lá vou eu para casa….Vir a casa significa receber o carinho da mãe e ver o seu sorriso fantástico, ter chatices com o meu irmão, actualizar as noticias familiares, ver o crescimento das árvores do jardim. Vim aconchegar-me nos lençóis da minha caminha...
Lar doce lar…
Por outro lado o tempo por aqui é escasso! Volto a entrar nos horários da casa e às tarefas rotineiras…mas não tarda tenho de fazer as malas e voltar á estrada.
Voltar para as aulas, para os meus horários, para o meu quarto. Voltar para a minha cidade.