domingo, 31 de outubro de 2010

Adversidades



Cruzamos-nos tantas vezes na rua com pessoas que não nos dizem nada, no entanto há outras, que pelas circunstâncias mais adversas passam a deixar de ser indiferentes, troca-se palavras sorrisos e algumas mensagens e de repente …. PUF* sem razões aparentes passam a ser desconhecidos outra vez.
Estranhas coisas que nos deixam a pensar mas que acredito que seja assim com muita gente... Há coisas que acontecem por que tem de ser, outras porque fazemos com que isso aconteça, continuo sem perceber. Acrescenta-se interrogações, que nem valem a pena ser questionadas.
com o tempo aprendemos a lidar com situações como esta, situações que por vezes sinto que podiam ser evitadas, mas por outro lado sei que a rotina nos leva nesse sentido... lido com a frustração de perder constantemente, sem saber como nem o porquê das coisas.

*PUF é a formula mais rápida de desaparecer sem ter de dizer nada.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Chuva



Bate na janela levemente
Acorda-me de repetente
Alguém chama por mim?
Será o vento ou será gente?
Não sei, mas acordei assim
Vento, não é certamente
Também
Não ouço voz de gente
Parece-me a chuva a bater
Bate tão suavemente
Sempre num ritmo constante
Queria adormecer novamente
E esquecer o mundo alucinante
Mas alguém chama por mim
Não posso ficar aqui
Assim
O dia começa
Rotina recomeça

E a chuva continua a cantar


Cláudia Martins



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

uma página



Abre um dia, e com ele acrescento uma nova página para o livro da minha vida. Um parágrafo em branco, umas linhas soltas e sem sentido. Uma história que não tem inicio, e um fim ainda muito incerto. Dias vazios em mim,mas ocupados... passam rápido demais que mal tenho tempo de fechar os olhos e sonhar. entregue ás horas do tempo, ao ruído do destino e à solidão da alma. fecha-se um parágrafo e apenas o silêncio fica registado. arrisco-me a perder o fim dos dias, sem mesmo conhecer o inicio. sei que o vazio da alma não se descreve não se escreve, apenas sente-se.


os dias que passam fazem encher o vazio que um dia tenho de esvaziar.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

E agora



Não afastes os teus olhos dos meus...
Adeus.

sábado, 23 de outubro de 2010

Sol de Inverno


"Sonhos que sonhei, onde estão? - Horas que vivi, quem as tem?
De que serve ter coração e não ter o amor de ninguém?
Beijos que te dei, onde estão? - A quem foste dar o que é meu?
Vale mais não ter coração do que ter e não ter, como eu"

musica de Simone de oliveira.

eu em conflito


Quero ser o sol de inverno derreter o gelo aos poucos e preencher o vazio que paira. Ser um ser solto em as mãos vazias sem asas para voar sem pernas para andar.
É este vazio, este ser tudo e não ser nada, este querer e não ter, este não ser que me esmorece e faz-me perder no escuro e no gelo que se instalou. Quero apagar a memória, quero sorrir da história e passar uma esponja, tirar o pó… abrir de novo o tesouro e sorrir.
Quero a voltar a pertencer ao mundo, que sinto que não tenho no fundo… faz-me falta mudar o rumo, parece que as voltas e as partidas que a vida me tem dado, não são suficientes, ainda não parou de rodar, ainda há muito que quero fazer. Quero outro rumo, quero que o nevoeiro que me cega, se dissipe no ar.
Ás vezes é aquele gesto, é aquela voz, é aquela mão… que não está e parece tão presente quanto ausente e distante… não sei, meras são as palavras que ficam por contar, são meras as interrogações que ficam por questionar. Tempo que não quero recordar, não quero viver e jamais quero esquecer. Confusas ideias, atravessam-me constantemente. Fico parva, inútil presa e incapaz de repente.
Quero agarrar-me à vida, a outra vida que há-de vir, quero procurar dar outro sentido… quero outra forma de agradecer a vida e desprender-me do vazio gélido de se instalou. Sou mais forte, mais débil, cada vez que me procuro não me encontro. Só preciso de me agarrar novamente. Quero ser eu, sem ti, sem nós…

quero apenas descongelar...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sem palavras


ás vezes soam-me a frieza as palavras de quem menos espero, e no momento em que não precisava de ouvir... assim eu digo que prefiro o silêncio e a ausência e cair no esquecimento.

Ora

sexta fim de dia, em casa, no lar no aconchego... por vezes sinto falta deste ambiente, mas só me sabe bem porque estou algum tempo fora daqui,depois preciso da rotina e do stress. recebo em primeira mão as noticias familiares, apercebo-me o gato cresceu nestas ultimas semanas, como fruta da época (hum, agora tenho dióspiros em casa, apercebo-me que chegou a Meo a casa e de repente tenho televisão cheia de canais, o quarto está ligeiramente arrumado (já lhe dei os toques de desarrumação
Uma semana, muita coisa se passou, inicio do estágio que é o inicio de muita coisa, de experiência essencialmente... motivo para ser bombardeada de perguntas às quais não tenho paciência para responder, mas sim vejo o entusiasmo nos olhos de quem me vê crescer dia após dia e me dá asas para voar. conduzi até casa.. mais confiança na minha condução (ja não vai a minha mãe agarrada ao banco a dizer que tenho obstáculos, que tenho Stop's, rotundas e semáforos, e que há pessoas na passadeira)
Tantas coisas... cresci, aprendi e vivi.. e sei que hoje apesar de cansada, desgastada estou mais feliz, tenho a certeza que gosto daquilo que será a minha profissão e há mudanças que têm mesmo de ser.
estou preparada para o que aí vem, acima de tudo disponível para a novidade e para a mudança.
Sexta-feira... raras são as sextas feiras a ver televisão em casa, mas são bem saboreadas, porque a saudade e o desejo de voltar faz-me sentir bem.

Já recebi o abraço, o brilho dos pequenos olhos castanhos reluzem alegria nos primeiros momentos que me revês, sei que ficas contente porque eu estou contente, e sei que estás orgulhosa de mim lá no fundo e isso ainda me faz acreditar que vir a casa vale sempre a pena :)

Só gostava de ouvir mais vezes uma coisa que me faz sentir segura e tu sabes o que é...
mas
SEM PALAVRAS não posso receber a mensagem.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

sós


Andam por aí sozinhas, vagueando pelas ruas velhas da cidade, olhando o chão, focando o vazio, alheias aos ruídos e a quem passa… procurando alguma coisa que a concretizasse, por vezes um pão….esperam por alguém que lhes pergunte se precisam de alguma coisa e se está tudo bem… dias e dias… fazem os mesmos percursos, conhecem as calçadas são rostos sem sorrisos, almas penadas frias e vazias… esperam uma oportunidade, uma mudança. Mas a esperança parece andar longe, a sorte parece não existir, e as oportunidades acabam por nunca aparecer. Sem meios, sem destino, sem alguém… desfalecem a cada hora que passa, vivem num mundo há parte, já ninguém se preocupa com eles, e eles para nós parecem não existir.
Quantas vezes, me lembro destas pessoas e penso na sorte que eu tenho, na sorte que eu tenho de ter uma família que se preocupa comigo e me dá o maior conforto que pode, que luta comigo todos os dias para ser mais e mais feliz. E tantas vezes somos egoístas e esquecemos que ao nosso lado, passa alguém que precisa de um sorriso, precisa de um bom dia… são tantas vezes que fazemos de conta que não vemos que pensamos que não existe. Mas bem perto… passam nas mesmas ruas que nós. São os idosos, são os sem abrigos, são desempregados, hoje mais de nunca sinto necessidade de cumprimentar os idosos que passam por mim diariamente, normalmente sozinhos, a rotina faz-me perceber que à mesma hora no local do costume está alguém que me diz «bom dia menina», mesmo com pressa retribuo o sorriso, um gesto ou uma palavra. Mesmo que seja pouco, penso que já faz a diferença.
Aquele “Bom dia menina” para mim é motivo de passar naquela rua aquela hora. Para mim já vale a pena começar assim o dia.

raios de sol


Levemente passo o pincel azul pelo céu, os raios de sol rasgam a tela e gritam... aproximam-se para me abraçar ... deixo o frio por momentos.
e novamente um sorriso.. um bom dia, um bom final de dia.
energética, louca, amiga ...lá anda ela
mas precisa de alguma coisa para se abraçar
de momento agarra o sol e colhe as boas energias, distribui sorrisos, grita sozinha
e foge do medo. corre atrás do que vale a pena deixa para para trás o passado..
abre-se um dia
beija-se a vida porque simplesmente vale a pena ser vivida.
Espero que o sol rasgue o céu nos dias de manhã de inverno, me encha de calor e que não deixe o frio resistir.
Só quando o frio cai se instala o vazio em mim.


Cláudia Martins

domingo, 17 de outubro de 2010

talvez


talvez um dia mergulhes no teu orgulho e me digas obrigada
talvez um dia questiones o passado e peças desculpa
talvez um dia te lembres do meu sorriso e chores
talvez um dia queiras um abraço
talvez esse dia não chegue
talvez um dia
talvez

Cláudia Martins

sábado, 16 de outubro de 2010

...crises existenciais


Dou por mim com olhos posto em alguma coisa irreal, olho para o relógio umas quantas vezes sem reparar para que lado estão os ponteiros, distraio-me com o simples enrolar cabelo com os dedos, desenho nas margens dos apontamentos... quando dou por mim, o tempo passou e nada fiz... resolvo tudo justificando-me a mim mesmo que não há motivos que me deixem assim, ou então encontro motivos para justificar aquilo que sei que ando a sentir mas quero fugir a isso a todo o custo. as minhas ideias flutuam entre as estrelas e lua, o meu ser está por definir e cada vez mais tenho medo do que há-de vir, mesmo sabendo que tudo se resolve e que só não há solução para a morte. ando com crises de auto-confiança, e de existencialismo... quero contornar isto e não sei como, porque quando dou por mim lá estou eu... dispersa, surda e alheia a tudo que me rodeia. não sei quem quero ser? que quero fazer? quem sou eu? o que devo fazer? onde posso ir? como devo eu fazer? problemas éticos subjectivos e objectivos (isto tudo porque andei a estudar para uma disciplina de ética e deontologia...) há que aplicar os termos correctos. Na verdade as únicas respostas que encontro é continuar a calar a minha consciência e continuar a ignorar o que sinto.. mas enquanto isto corrói aqui por dentro, vou adiando e vou arrastando algo que mais tarde ou mais cedo é inevitável ou então não é nada, e sou eu que faço filmes. problemas existências e crises de consciência.
quem entende as mulheres?
nem eu me entendo com elas...

anseio aquele abraço
anseio aquele sorriso e aquela palavra que só tu consegues dar... estaria perto de o concretizar mas os imprevistos só fazem adiar.
O distante também pode ser perto

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

o meu lema



Faz por pintar um sorriso no rosto nos dias que te sentes mais triste.

domingo, 10 de outubro de 2010

desafabos de domingo


em tão pouco tempo a vida gira, rodopia e muda-nos a voltas todas... e mais um dia se passou e mais uma volta daquelas.
hoje chego cansada, tive um dia diferente..
preciso que o sono me leve desta esfera redonda. ou então deixar-me ir numa barca em alto mar e adormecer com o embalar das ondas. preciso de alguma coisa que não encontro, que não se compra, que não se vê... nem eu tenho a certeza bem do que quero ou do preciso.
olho o branco das paredes que me circundam, limitam-me a pensar e atrofiam todo o meu ser, ainda mais quando a única forma de ver cor seria a janela e apenas se vê cinzento. melancolia é o que sinto dentro de mim. queria rasgar-me, soltar o que há aqui.. queria por a minha raiva toda numa parede do quarto, queria mudar de vida. «mas eu quero e eu consigo». tenho ouvido isto, e por alguém que segue à risca o lema e tem conseguido, são campeões das suas próprias vidas porque nelas são os principais protagonistas em tudo que acontece. tal como eu, tal como um outro alguém...vivemos, decidimos e fazemos mas não achamos que isso seja coisa fora de comum.
penso demasiado nas coisas que me acontecem e isso é um mal menor para todos os outros problemas que nos rodeiam, que por vezes queremos ser indiferentes. enfim..
desabafos de domingo
amanhã espera-me montes de tarefas
há alguém que acredita em mim, mais do que eu própria
tenho coisas para fazer que não devo falhar
espera-me alguma coisa
muitas expectativas apenas para um dia

mas tenho medo de não conseguir nada!
sou engolida diariamente por medos mudos que só eu entendo.
sou fraca.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

arco iris...


Alguém pintou no céu um arco-íris... e eu achei que era para mim!

abraços


Enrola-se os braços
E dão abraços
Simples como chuva que molha
Quando ninguém olha
Caem bem
Fortalece a alma
São silêncios de alguém
Que num momento acalma
Não há ruído na estrada
Por lá ninguém anda
Já está noite
Perder-se sentido às horas
Ainda demoras?
Corre baixinho…
Vem e dá-me um abraço
Para o meu e teu descanso
Sabes bem que no teu abraço
Cabe o meu e o teu braço!
hum...
Sabe tão bem aquele abraço

terça-feira, 5 de outubro de 2010

coisas da vida...


Havendo ou não... elas existem! E é nos acasos, contratempos e em coincidências que as coisas mais engraçadas acontecem.
Só tenho que dizer que gosto mais destas situações, mesmo que sejam embaraçosas, ficamos sem jeito, sem reacção mas depois tudo lá acontece com naturalidade.
Hoje entrei no quarto, fechei a porta e lá fora deixei tudo que seja de negativo.. abro a janela e deixo entrar só o que é positivo, respiro a tranquilidade e a felicidade.O que se faz num feriado? deveria começar um projecto, mas adiaram a data de entrega e a preguiça instalou-se,já me arranjei e fui ao shoping, já tive momentos engraçados, agora encontro-me ao som da música serena e a escrevinhar no blogue... Ás vezes penso para os meus botões, que este blogue serve para falar com alguém que não me ouve, serve para libertar a alma quando está apertada, serve para tempos livres... e ao mesmo tempo não serve de nada. Sinto-me na obrigação de vir aqui quando tenho lágrimas no rosto, e quando estou em momentos como este, de alegria.Não sei o que escrever foi assim que pensei quando abri o blogue, e decidi deixar correr o meu pensamento. Agora apetece-me terminar e acho que vou acabar por dizer o que sinto

ESTOU FELIZ...

Claúdia Martins

domingo, 3 de outubro de 2010

Tempestade de medo

Arrepio só de pensar que está mais perto do que penso, fico com medo de saber que dentro de dias vou estar a entrar pela porta da instituição onde vou estagiar. Estágio significa responsabilidade, é um tudo ou nada, é tentar ser criativo, não agir sem pensar primeiro, é conhecer a vida real que passa para além dos livros, ver realmente a triste realidade em que estamos envolvidos. Problemas é disso que se irá tratar a minha profissão... é disso que vai fazer o meu dia a dia, só espero estar à altura de arranjar as melhores soluções, para que um bocadinho da pobreza, das desigualdades diminuem. a dificuldade penso eu, é gerir as emoções, é ser firme e não deixar que a primeira dificuldade me deite abaixo. O medo é ultrapassável, mas na verdade tenho medo como nunca tive, mas acho que não sou sozinha nesta situação. Mas é o que sinto... medo.
acho que tenho medo de ser Assistente Social

mas espero que o medo se dilua..

banda sonora de sábado à noite...




embalo no som de Ben Harper à espera de adormecer

sonhos a voar


Guardo-te em mim
Alguma razão que desconheço
Fez-se daquele momento
Noites de pura imaginação
Em sonho desapareço
Vou parar a outro lugar
E é só voar
Viajar…
Mas onde isto irá parar?
Irei eu dar a volta ao mundo
Nas asas de alguém
Num segredo mudo
Descubro-me sozinha porém
Acordei e não há ninguém
Não sei!
Mas fui e sonhei
Mas quero lá voltar mais uma vez
E amanhã é só mais um dia
Quero voltar
Quero contar-te outra vez
Aquele sonho e aquela viagem
Que não passa da imaginação
De alguém que parte sem rumo
De alguém que não tem coragem
E passa para a outra a margem
E vive da ilusão
De amanhã voltar a partir
Para outros mundos descobrir
Afinal quem sou?
Para onde vou?
Nada é certo…
As vezes penso que sou um deserto
Vivo do que não há
Quero ir e não há frota
Perdi o rumo de ser…
Não sei a rota
Busco algo que creio não existir
Deixo de pensar no concreto
Vou pelo ar…
Sempre a sonhar
Só arrasto alguém para me guardar
Receio um dia não querer voltar


Cláudia Martins