terça-feira, 30 de março de 2010

Memórias


Registos marcados vão passando
Memórias registadas
Tempos que agora são lembrados
Cartas escritas
Mensagens trocadas
Momentos vividos
No além perdidos
Estarão em ti esquecidos?
De certo já esqueces-te
Quem fui
Quem sou
O que fiz
Resta a memória de um tempo feliz
Que partilhamos
Que outrora sonhamos
Fica a lembrança
Espero um dia, voltar a ver-te
De um dia sorrir outra vez
Fica a esperança
De encontrar e rever-te
De abrir o livro da memória mais uma vez
Bons tempos que tenho contigo
Ficou ali um bom amigo

Cláudia Martins

sábado, 27 de março de 2010

O tempo anda trocado



Coisas entranhas parecem acontecer
Então que chegou a Primavera
Ainda ontem nevou na serra
Em vez do sol devolveram-me a chuva
Move-se o vento e o frio pela rua
As flores que querem nascer
Parecem encolhidas e refugiadas
O verde da natureza está hominizado
Anda tudo trocado
Mas fico cansada deste tempo
Que anda uns dias certo
Por vezes anda incerto
Indeciso
Imprevisível
Voltar ao amanhã
É regressar à novidade
O que nos esperará?
Ninguém sabe
Volta primavera
Queria saborear
O perfume das flores
Olhar à minha volta
E ver tudo com cores
Mas tu estás atrasada
Fico triste e desanimada
Com o cinzento o frio e o vento
Só tu me trazes alento
Para acordar
Rir, sorrir e Amar
Sai por detrás das cortinas
E anda para o Palco representar
Aqui esperarei
Quero ver o teu olhar
O teu sorrir e o teu sol a brilhar

sexta-feira, 26 de março de 2010

Dormia ao som do piado



Que bem sabia

...

Noites


Soa em mim o eco,
Faz-me arrepios o silêncio
Este vazio instalado
Permanece mais uma vez calado
Que o som da noite de agora
Vá só por instantes embora
Queria ficar descansada
Esperar assim, deitada
Que venhas de mansinho
Deixar o teu beijinho
É noite de luar
Hoje não queria voltar
A ter pesadelos no sonhar
Realmente seria bom
Acordar sem aquele som
Precisava de saborear o prazer
De adormecer e esquecer
O que durante o dia aconteceu
Assim iria adormecer
Na inocência
De que nada de mal se passou
Precisarei eu de paciência?
Enquanto o cansaço me está envolver
As noites vão passando
Na esperança de um dia poder ter
Um sono acabado
Noites de revolução
Mente perdida
Alma na escuridão
Sinto-me esquecida
Até que um dia possa dizer
Finalmente dormi como deveria ser!
Vou tentar descansar
Porque amanhã o dia cedinho vai começar


Cláudia Martins

Lágrimas Ocultas


Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Tomo a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca

quarta-feira, 24 de março de 2010

Acordei


Acordei mesmo a instantes. Apetecia-me algo...
Lembrei-me que não vinha aqui á algum tempo e decidi regressar, também nem sei o que escrever ainda...
Os dias têm passando muito de pressa, ansiei a primavera e ela chegou num instante, mas parece que só foi mesmo o dia de comemoração, porque a chuva lá fora voltou. Ando por aqui e por ali... sempre com coisas para fazer, quando chega o fim do dia, que é a hora que finalmente tenho algum tempo, estou cansada e não tenho apetite para nada. Deito-me sobre a almofada e tento dormir sobre os sonhos, emergem os pensamentos vagabundos... rebolo entre os lençois...lá acordo não sei onde estou, sustenho a respiração, e penso "não foi nada e já passou". Ainda é cedo e volto para o mesmo sitio que partira, o sonho.
Chega o dia, começa tudo outra vez e tem sido assim estes dias.
São dias desassossegados, com cansaços acumulados.
Mas faz tudo parte, porque ainda não entrei no relógio da rontina.
Vou para a vida que corre lá fora, ainda tenho muito para fazer hoje.
Já é dia
Acordei!

sábado, 20 de março de 2010

Olhares



Olhares do mundo
Voz da alma
Sonho profundo
Silencio que acalma

Reflexo perdido
Pensamento no além
Tempo vivido
Medo de alguém

Olhar de quem chora
Tristeza que vem
Alegria que vai embora
No ombro de quem?

Primavera que nasce
Corrente que corre
Flor que floresce
Amor que não morre


Ruídos de dor
Coração ausente
Pobre alma quente
Que perdeu o calor

Deambulando sentadas
Ouvem ruídos de vozes
De pessoas que stressadas
Fogem das rotinas velozes

Seres que ficam calados
De não ter com quem falar
Permanecem assim sentados
Vendo pessoas a andar

Olhares dos mundos
Olhares vividos
Olhares de mudos
Olhares sofridos
Olhares calados
Olhares esquecidos
Olhares escondidos

E é assim que nos...

Cruzamos diariamente
Com olhares marginalizados
Sentimentos rasgados
Por tempos indeterminados

Cláudia Martins

sexta-feira, 19 de março de 2010

Porque hoje é dia do Pai


Hoje não fez Sol
O dia ficou pelo encoberto
Mais um dia de cansaço
Mais um dia que chega ao fim
Um dia ainda pelo descoberto
É só mais um
Mas hoje não é um dia assim
Tão comum
Hoje festeja-se o dia do Pai
Todos nós temos um
Embora se deva dizer sempre obrigado
Por vezes passa-nos ao lado
E lá vem o dia marcado
Lá vem o momento relembrado
Assim é constantemente
Numa rotina incasável
Mas o Pai está lá sempre
Dia a pós dia presente
Para nos dar uma vida confortável
Para nos dar amor e carinho
E por vezes deixo-o sozinho
Desculpa por estar ausente
Tanto tempo distante
Mas vida traçou assim
O tempo parece não ter fim
Um dia me sentarei ao teu colo
Relembrar os tempos da infância
Quando ainda era criança
E davas-me consolo
Brincávamos às escondidas
Fazias-me os deveres da escola
Histórias vividas
Agora sou grande
E o tempo correu depressa
Não se fazem desenhos para dar
Nem postais com colagens
Usa-se o telemóvel para comunicar
E pronto é o que te posso dar
Sei que não vais ler o que estou a escrever
Mas fica aqui registado
Há espera que um dia
Venhas ver
Obrigada
Pela dedicação
Trago-te no coração

quinta-feira, 18 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

Não voltamos

Que te posso dar?
Que não me tenhas dado tu
Que posso fazer?
Que não me tenhas feito tu
Que posso dizer?
Que não me tenhas dito tu
Tudo o que te dou
Tudo o que tu dás
Tudo o que tenho
Tudo que o terás
Aqui venho uma vez
Procurar algo que não vês
Serás que terás
Aquilo que prevês?
Queria continuar
Aqui sentada e esperar
Sei lá que queres que diga?
Que queres que faça mais?
Manda-me calar
Se não queres que te diga nada
Se não queres que te dê nada
Renasce em mim
Torna-me um ser sem fim
Já não há mais nada que posso partilhar
Resta-me os bons momentos contigo
Senão tivesse amor para dar
Senão tivesse esse ombro amigo
Corres quando mais preciso
Nem precisas fazer, dizer ou ter
No momento não perdes tempo
Será que ficas indeciso?
Eu também fico por vezes
Mas sei que olhas por mim
E que me dizes que sim
Não te esqueças
Nem desapareças
No silêncio te peço e te rezo
Embora seja desatenta
Sei que sou negligente
Roubas-te a minha avó
Não penses que fiquei contente
Mas ela vivia só
Nem a visitei quando estava doente
Não tinha ninguém que cuidasse dela
Sinto-me mal agora
Mas é tarde para arrependimentos
Andamos todos desatentos
Mas sei que foi o melhor
Mas cuida bem dela por favor
Ainda haverá por ela aqui amor
Sinto que ela está mais feliz assim
O céu é o seu fim
Agora tem as estrelas e os anjos
Agora vê-me todos os dias
Se tiveres aí e puderes dizer alguma coisa
Diz-me apenas que te encontras bem
Eu ficarei também.
Até um dia
Um dia te verei
Não te sintas sozinha
Agora tens muita companhia
Sem mais nada a dizer
Despeço-me com um até já
Um até breve! Descansa em paz…
Cuida de nós!
Juntos estão no céu os meus avós.


Perdi muito tempo comigo e esqueci um pouco a doença da minha avó, passou tempo que nao a fui visitar,acabou de falecer... será que ainda deva chorar? Devia ter vergonha... nem consigo ir dizer-lhe adeus... agora nao se arrepende agora nao há tempo para pedir desculpa nem dá tempo para arremediar! é tarde de mais para tudo... rezar talvez ela vá precisar.

Cláudia Martins

sexta-feira, 12 de março de 2010

Solidão


É urgente escolher o bem
É urgente saber amar
Alguém me poderá dizer
O que será urgente pedir?
Cai o silêncio no chão
Disseste-me que não
Não temas pelo que vem
Não lhe peças nada
Ouve com atenção
Há sempre um som que desperta
Há sempre uma luz na escuridão
Segue-lhe o rasto delicadamente
Procura nas cores o teu tom
Permanece inquietantemente
Se sabes sorrir
não deves pedir
os teus pés sabem bem
o estado das calçadas que pisas
os teus olhos sabem também
o estado das almas que vês
foram gentes que gritaram
foram pedras que choram
o que por vezes não crês
é que a dor existe
por vezes o sol não brilha
por vezes o vento não passa
a calçada continua amargurada
a alma da gente
essa… está desesperada
já não vale nada chorar
se ninguém quer sentir
já não vale nada gritar
se ninguém parece querer ouvir
então como ficam estes seres?
Uns perdidos
Uns esquecidos
Outros ainda tentam pedir
Será que alguém está para escutar?
Ficaram por aí silêncios nas ruas
Perdeu-se o brilho no olhar
As almas ficaram nuas
Será que sabem sorrir?
Então terão de pedir…
É urgente atenção
Temos de acabar com a solidão
Se ainda houver a solução!


Cláudia Martins

Sem rumo


Por onde vou?
Parece que já não sei quem sou
Onde estou?
Ouço ruídos na rua
Procuro o que está mais distante
Refugio-me no céu
Perdi o sentido do ser
A noção do que é certo
O rumo que me leva
É por vezes deserto
Por onde vou?
Pelo caminho de pedras?
Pela estrada recta?
Pela rua da aldeia?
Sei lá o que me anseia
Ninguém acerta
Quero ir pelo ar
Sentir o vento e voar
A algum sítio hei-de eu ir ter
Virá o que terá que vir
Lá irei eu sentir?
Outrora queria fugir…
Antes pudesse eu ir
Sigo as setas do coração
A alma não diz que não
Vou por aí! E vou sozinha
Partir aventura
Desta vez já não quero companhia
Quero ir descobrir quem sou
É nesse sentido que vou
Talvez um dia
Já não queira voar
Já não queira ir
Prefira aqui ficar
E ouvir o teu murmurar
Sentir o teu respirar
E assim adormecer
Até de manhã
Até amanhã
Até sempre
Anda e voa com a gente
Olha o horizonte de frente
Sente o momento
Não ouças o pensamento
Vive no presente.


Cláudia Martins

terça-feira, 9 de março de 2010

Últimos cartuchos ...


Dou por mim de repente a pensar, á dias em que ficamos assim... lutei tanto para chegar á universidade, e de repente olho para trás e já estou mesmo no fim. Parece que foi ontem que aqui cheguei, olhava para tudo com o entusiasmo de uma criança, vivi tudo intensamente, foram momentos de alegria, de plena euforia... momentos de muito trabalho, ás vezes andava menos animada, mas tudo faz parte desta vida académica. As festarolas, os jantares, as semanas académicas, a praxe, o traje... estas tradições todas que dão vida à nossa "Bila" e á nossa alma de estudante.
Qualquer cantinho desta cidade, quer onde pare e olhe...revejo episódios que outrora vivi... praxes aqui e ali, risadas, passeios, conversas... festas! Relembrar isto tudo, é fazer uma viajem no tempo.
Já não falta muito para a queima das fitas, aquele dia que nunca se pensa que vai chegar, mas dou por mim a encomendar a cartola, a comprar os últimos emblemas para oferecer, a marcar restaurante para o almoço no dia da missa, a ter que pensar no cortejo, e a ter montes de fitas para escrever. Falta-me a imaginação, é muito difícil dizer às pessoas que gosto que é o fim do curso, que poderá ser até um dia…
Não tenho nada a perder, cheguei aqui sozinha, cheguei aqui de mãos vazias, mas levo daqui muitas pessoas amigas, muitos sentimentos, muitas recordações.
Como foram bons estes anos, como foi bom viver aqui...
Levo Vila Real no coração
Levo amigos no peito
Levo um curso na mão
Não sei que dizer, fico sem jeito
Vou embora com um grande sorriso
Terei muitas saudades
De todas estas amizades
Só digo …tenho comigo o paraíso.
O futuro é muito incerto
Mas gostaria de ficar
Nesta cidade a morar
Mas um dia quem sabe?
Será algo certo?
Irei aqui voltar?
O que me irá acontecer?
Não sei
Vou ter de esperar
O que virá
Alguém saberá?
Vou ter de aguardar
Primeiro as fitas vamos queimar...
Ainda tenho muitas fitas para escrever…
Já nem sei mais o que dizer.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulheres


Mulher trabalhadora
Mulher lutadora
Mulher vencida
Mulher perdida
Mulher sofredora
Mulher que chora
Mulher de agora
Mulher descriminada
Mulher desprezada
Mulher da rua
Mulher esquecida
Mulher que sabe ganhar
Mulher que sabe perder
Mulher que tem o dever
Dos seus direitos reivindicar
Já faz tempo
Que alguém se lembrou
De ir para a frente
Pois
Nós também somos gente...
Pela igualdade
Pela mesma oportunidade
Por mim
Por ti
Por nós
Por todas as mulheres
Que eu hoje dei voz

Cláudia Martins

A lua e o sol


A lua só aparecia na noite
O sol brilhava de dia
A lua dormia
O sol iluminava
A lua sonhava
O sol pensava em como a lua estava
A Lua estava bem, se o sol tivesse brilhado
O sol olhava a lua e ficava encantado
A lua queria viver o sonho acordado
Por vezes o sol ficava irritado
Era tudo culpa do jurado
Era preciso rever
O que o sol e a lua andavam a fazer
Queriam-se conhecer talvez,
Já que era, a primeira vez
E de repente assim começou
Trocaram olhares e um deles sussurrou
O mundo irá acabar
Porque jamais nos podemos encontrar
Era ver o dia a nascer
E a noite a desaparecer
Enquanto a lua dormia
O sol sorria
Cruzamento impossível
Sonhos dispersos
Corações latentes
Almas ausentes
De gente invisível
Mas o sol nunca se podia encontrar com a lua
Já viste? Sorte a tua…
Por ali ficou.
O que outrora alguém imaginou
Um caminho
Um deserto
Um desejo de certo
Teríamos de lamentar
Não havia ninguém para chorar
A lua continuou a pernoitar
Iluminando quem dormia
O sol voltou a brilhar
Para quem durante o dia corria
Mas chorar?
Que chore quem precisar
Todos nós precisamos um dia
Despejar o que vai na alma
Não será agora… tem calma
Virá o dia.
Virá o momento
Toda gente tem sentimento
A vida é uma alegria.

Cláudia Martins

domingo, 7 de março de 2010

Quase Primavera



Ainda nem o sol quer espreitar
O céu azul não quer voltar
Colaram-se para lá as nuvens cinzentas
São mesmo rabugentas!
O frio já se instalou
Parece não querer fugir
A neve já derreteu
Mas a chuva continua a cair
Estou farta dos casacos
Das malhas
Dos guarda-chuvas
Das botas
Abrir a janela é desmotivador
O dia não tem cor
Pois …e ir assim lá para fora
Só apetece mesmo… Voltar a trás e ir embora
Ir para o quentinho
Beber um chazinho.
Mas este Inverno está a demorar
A primavera está quase a chegar
E o frio não quer desaparecer?
Vai para lá
Deixa vir o Sol espreitar
Quero de azul o céu pintar
Ver crescer as flores
Sentir o cheiro das cores
Beber um refresco
Ir para o parque conversar
Anda primavera!
Não deixes o Inverno Ganhar!
Eu sei que estás quase a chegar…
Corre… voa… anda-me libertar
Do nevoeiro que em mim pairou
Quando o Inverno se instalou.
Devolve-me o canto dos passarinhos
Irá renascer um novo dia
O verde das árvores
Hum…
Tudo será alegria.
Surpreende-me de mansinho
Anda e fica aqui mais um bocadinho.


Cláudia Martins

Na companhia do café


- Boa noite!
- Eram dois cafés se faz favor...

Lá vem o cafézinho

Abre-se o pacote do açúcar, mexe-se o café, lambe-se a colher...
Saboreia-se lentamente
Aquele mesmo ritual
Que já é diariamente
São naquelas tardes
Naquelas noites
Com aquelas pessoas
Sem saber o que pedir
Acabamos por repetir
O café habitual
Como é agradável este bocadinho
Como nós faz bem libertar
Sem querer passam as horas de mansinho
E nós continuamos a falar
Parece que há sempre mais a dizer
Sobre o teu ou o meu viver
Amanhã talvez
Repetimos mais uma vez?

Cláudia Martins

sexta-feira, 5 de março de 2010

Restos de tempo



Olhamos ao nosso redor e o que vemos?
Restos...
Memórias de quem por aqui passou
Marcas que perduram
Gentes perdidas
Monumentos esquecidos
Que testemunharam lutas e batalhas
Um território sofrido
Mas…
Continuamos a andar
Olhamos para o lado e o que vemos?
Rugas de quem Já viveu
Cansaços e descontentamentos
De quem já muito fez e desfez
Mas que perderam encantamentos
Vem a
Luz do dia rejuvenescer
E a
Luz da noite envelhecer
São devaneios
São momentos dispersos
De quem já não está
De quem já partiu
De quem muito sorriu
O relógio marca o tempo
Incansavelmente sem se cansar
Por vezes seria bom parar
E pormo-nos a olhar
O que para trás ficou,
De quem muito sonhou.
Mas, mesmo que os ponteiros parem
O vento continua a percorrer montanhas
O sol brilha para quem continua a viver
A chuva cai para não se esconder nas manhas
O tempo passa mesmo que não queiramos
Mas tantas vezes nos perguntamos
O que afinal eu me questionei
Quando para o espelho olhei.
Afinal quem sou eu?
O que serei?
Respondi
Um resto de nada
Um resto que é tudo
Um sonho vivido
Uma alma perdida
Uma vida que será esquecida
Uma memória para quem me amou
Um nada para quem um nada sou
Um tudo para quem um tudo serei
Alguém para quem lutei
Um pedacinho de amor
Um pedacinho de dor
Mas o que de mim ficar
Espero que sejam memórias boas
Para alguém contar e relembrar.
Assim serei
Um resto para ficar e perdurar.


Cláudia Martins

quarta-feira, 3 de março de 2010

O meu sol


Por muito que te queira dizer
Poderia aqui ficar
Noites e dias a descrever
É impossível determinar
O que significas para mim
O que sinto por ti
A tua amizade tem uma dimensão…
Só eu sei o que me vai no coração
Gostaria de te homenagear
Dizer-te quanto gosto de ti
Eu sei que sabes
Eu sei que é um sentimento mútuo
Não há distância que nos separe
Não há tempo que passe
Nada que aqui diria
Chegava a meio do que queria
Mas dizer ou escrever não basta!
É preciso amar
É neste dia-a-dia que sentimos
A verdadeira mão de amiga
Não te sintas sozinha
Quando precisares de mim, estou aqui
Assim como
Quando precisar de ti, sei que estás aí
O que sentimos, jamais alguém consegue imaginar
Iria para além das profundezas do mar!
Ajudas-me a compreender
O que por vezes custa-me entender
O nosso desafio
É este, o de viver juntamente,
É o de partilhar, o de aprender, o de crescer
E o de sentirmos igualmente.

Alguma vez eu imaginaria
Que num acaso te encontraria?
Foi uma mera coincidência
E assim tão de repente
És a minha referência
És o meu guia
Quero-te para um todo sempre
Agradecia-te tudo
Mas perderia o sentido
Corria o risco de errar
Pois o que se sente não se agradece
Retribui-se
Dou-te um sorriso
Uma alegria
Uma partilha
Um sentimento
Um amor de amiga
Só me tenho de orgulhar
De me ter cruzado contigo
Agora não me vou alongar
Só para ti
Quero este poema te dedicar.
Não é nada de especial
Mas é sentimental
Pela amizade
Por ti
Por nós
Pela alma que nos deu voz...
Pelo Sol que ilumina
Desejo-te um optima dia
...
Gosto muito de ti

Querida Bia



Cláudia Martins

terça-feira, 2 de março de 2010

Estás por perto


Escuto os teus passos antes de dormir
Ouço a tua voz serena a silenciar
Penso, será para mim?
Sem querer, sei estás aí...
As vezes tão longe
Sinto-te perto
Que te ouço bem juntinho
Pedes-me que durma bem
Como um anjinho.
Às vezes pareces que te esqueces
Ao telefone enlouqueces
Mas agora consigo entender
Foi preciso crescer.
Mas sabes uma coisa?
Tenho pensado muito em ti
Na tua saúde que é frágil
Nas tuas preocupações que são muitas
Esqueço-me de te dizer Obrigado.
Pela tua luta persistente
Pela tua dedicação e compreensão.
Fico mesmo contente.
Porque a vida Sorri-te todos os dias
Durante o dia rodopias
Ninguém te consegue parar
Mas chegada a noite
Pareces um Anjo a descansar
De manhã é outro dia
Parece que tudo irá mudar
Mas tu sabes que não podes parar.
E lá vais andando
...
Outrora me convencias
Que quando crescesse iria perceber
Agora mais do que nunca sei o que dizias!
Mas também será que me compreendias?
Pensava eu não.
Naquela minha inocência.
Mas tu afinal tinhas razão.
Preciso dizer-te o que me vai na alma
Porque será algo que me acalma
Aqui como estás perto
Dá-me um abraço!
Deixa-me embalar...
No teu regaço
Quero viver isto intensamente
...
Apenas te digo
Amo-te eternamente.

Eu sei que nem sempre te digo
Parece que o sentimento anda perdido
Mas não me esqueço de ti
Estás sempre comigo.
Volta aqui quando quiseres
De noite de mansinho
Gostava muito de receber
Um beijinho.

Ps: olha para a flor que recolhi no nosso jardim e lembra-te de mim.


Claudia Martins

Amiga


Faz-me falta o teu abraço,
Fazem-me falta aqueles passeios,
Sinto saudades das nossas saídas.
Lembras-te dos rituais depois das aulas?
Percorríamos a cidade a pé sempre pelas mesmas ruas.
Insistíamos em variar,
Mas numa cidade pequena pouco há para visitar.
Ficávamos horas a falar nos bancos de jardim na escola.
Fazíamos o percurso de autocarro juntas
Surgiam estúpidas perguntas.
Vejo o teu sorriso, mesmo que não estejas aqui.
Compreendias-me bem, pouco era preciso explicar.
Por vezes bastava aquele olhar.
Pensávamos como seria a distância,
Íamos seguir rumos diferentes
Não queríamos aquela separação.
Pois diz-se que “Longe da vista longe do coração”
Mas nunca tiveste ausente
Embora conhecesses outras gentes
Nunca me esqueceste
Tudo que já aconteceu
Tudo que acontece
Tudo partilhamos
Ainda não nos zangamos
Ainda há aquela amizade
Ainda é bom saber como estás
Isto é verdade!
Ainda sei que posso contar contigo
Com aquele apoio amigo
Já há muito que não te vejo
Mas, uma coisa desejo
Que esse sorriso não desapareça
E que eu nunca te esqueça.
Ainda sou uma aprendiz
Mas algo me diz
Que tu serás muito feliz.
Agora só queria um abraço
Quero te para sempre amiga!
Quero sempre saber de ti como tu sabes de mim!
Prometes sim?

Para ti Lidia


Cláudia Martins

segunda-feira, 1 de março de 2010

O primeiro Beijo


Conversávamos todas como de costume, em torno da mesa redonda do café, falava-se disto e daquilo... até que já dávamos por nós a contar aquelas histórias pelas quais todos passamos, a recordar aqueles amores platónicos que nos tiravam as noites de sono, fala-se do primeiro beijo, dos bilhetes que se trocavam em sala de aulas... Quem não guardou bocadinhos daqueles momentos? Quem consegue esquecer? Guardo em casa caixas de sapatos com aqueles bilhetes, com objectos insignificantes mas valiosos, tenho as cartas que não tive coragem de rasgar.
Éramos crianças mas vivíamos tudo com tanta intensidade.
Lembro-me das mensagens que trocava do meu primeiro telemóvel... escrevia as mais românticas no meu diário para mais tarde recordar.
Recordo estes momentos com saudade, com melancolia e com um grande sorriso.
Recordo-me como se fosse hoje o primeiro beijo apaixonado. Foi numa noite fria de Outono enquanto me levavas a casa, ninguém por ali andava, caminhávamos lentamente como soubéssemos o que iria acontecer, chovia ligeiramente mas sem nos preocuparmos com isso. A lua estava encoberta, ouvíamos o eco do caminhar, a calçada e as árvores acompanhavam o momento… não falamos durante aquele habitual percurso. Já por ali, tínhamos passado outras vezes e nunca iríamos imaginar o que se iria passar meses depois. Foi ali sem porquês, sem mais não… demos a mão, cruzamos olhares e surgiu… Mas fiquei envergonhada e tão atrapalhada que fui o resto do caminho para casa sozinha. Ali tudo parou…e por ali ficou! Assim foi o meu primeiro beijo.
Elas ouviam e comentavam… “ parece que estás a viver o momento outra vez”. Falo disto com um grande carinho... Pois o primeiro é sempre o primeiro. São estes pequenos momentos que nos fazem pensar que o amor vale apena.
Já se passaram uns anos.
Outras peripécias aconteceram.
E o primeiro amor nunca se esquece, diz a minha mãe.
As banais conversas de café por vezes revelam-se em momentos de recordações!
Quero recordar sempre!

Alguém disse: