sexta-feira, 5 de março de 2010

Restos de tempo



Olhamos ao nosso redor e o que vemos?
Restos...
Memórias de quem por aqui passou
Marcas que perduram
Gentes perdidas
Monumentos esquecidos
Que testemunharam lutas e batalhas
Um território sofrido
Mas…
Continuamos a andar
Olhamos para o lado e o que vemos?
Rugas de quem Já viveu
Cansaços e descontentamentos
De quem já muito fez e desfez
Mas que perderam encantamentos
Vem a
Luz do dia rejuvenescer
E a
Luz da noite envelhecer
São devaneios
São momentos dispersos
De quem já não está
De quem já partiu
De quem muito sorriu
O relógio marca o tempo
Incansavelmente sem se cansar
Por vezes seria bom parar
E pormo-nos a olhar
O que para trás ficou,
De quem muito sonhou.
Mas, mesmo que os ponteiros parem
O vento continua a percorrer montanhas
O sol brilha para quem continua a viver
A chuva cai para não se esconder nas manhas
O tempo passa mesmo que não queiramos
Mas tantas vezes nos perguntamos
O que afinal eu me questionei
Quando para o espelho olhei.
Afinal quem sou eu?
O que serei?
Respondi
Um resto de nada
Um resto que é tudo
Um sonho vivido
Uma alma perdida
Uma vida que será esquecida
Uma memória para quem me amou
Um nada para quem um nada sou
Um tudo para quem um tudo serei
Alguém para quem lutei
Um pedacinho de amor
Um pedacinho de dor
Mas o que de mim ficar
Espero que sejam memórias boas
Para alguém contar e relembrar.
Assim serei
Um resto para ficar e perdurar.


Cláudia Martins

2 comentários:

  1. Olá Cláudia.
    Parabéns pelo espaço, gostei muito.

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  2. Olá palavrasquenuncatedirei... obrigada pela visita e volta sempre que quiseres. Ainda bem que gostaste...eu também gosto muito teu!
    Bom fim de semana

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