quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

o meu natal


Estamos quase no natal,recordo-me aqui há uns anos fazer a contagem decrescente, fazia previamente a lista dos presentes, assistia a toda a publicidade para perceber as novas tendências dos brinquedos, desejava e sonhava com uma viajem ao pólo norte,queria visitar casa do pai natal, e no dia de natal era um sonho tornado realidade. O cheiro a canela dos doces pela casa, os efeitos, a lareira, o presépio enorme com musgo, as séries de luzes nas árvores do jardim. Recordo-me que no dia 24 acendia-se a lareira bem cedo, e enquanto a minha mãe fazia os doces, assistia aos desenhos animados de manhã e à tarde ficava a ver os filmes de natal que passavam na televisão. Nunca tivemos muita gente em casa, eramos apenas os quatro, mas havia toda a magia e tradição, abríamos os presentes na manhã de 25, porque o pai natal só chegava quando estávamos a dormir. Era uma gritaria, acordamos cedo, desmontávamos tudo e brincávamos... Uma altura recebi um carrinho de bonecas, adorei e ainda lá tenho. Nunca tive direito ao Baby Born, aquele boneco que todas as miúdas tinham porque fazia xixi e cócó, mas o pai natal não podia dar prendas caras, mas era feliz na mesma.
Agora cresci, não acredito no pai natal, nem sequer sou exigente, não se faz troca de prendas, a minha mãe trabalha no dia 24, os doces não têm o mesmo sabor e sou bombardeada pelas luzes na rua, pela música no shoping e só assim me lembro que realmente estamos no natal. Já há o pinheirinho em casa, umas bolas e umas luzes, apenas se faz a decoração na cozinha, diz a minha mãe que é o sitio de onde estamos todos, e não vale apenas porque arrumar tudo dá trabalho. O presépio é só colocado dias antes do natal, é só aquelas miniaturas de barro e pronto nada de pormenores. O dia é um dia normal, há aletria que é a minha avó que faz, rabanadas, pão-de-ló, bolo rei, frutos secos e sonhos, mas realmente dá-se valor ao bacalhau cozido regado com azeite e à broa caseira que os meus pais compram, parece que lhe sinto o cheiro.
Para mim o sentido do natal foi-se perdendo, deixou de haver euforia e entusiasmo, mas mesmo assim é aquele dia que obrigatoriamente estou com a minha família, continuamos a festejar os quatro, por vezes ainda chamamos alguém, mas é sempre no final do jantar, umas conversas e umas partidas de cartas, come-se doces e o natal passou.

Natal o que é o Natal?

Não tem muito agitação é um dia pacato, há-de chegar o dia que a casa dos meus pais se encha de crianças para voltar a ser o que era.

O natal é das crianças, mas hoje em dia não vejo nelas a magia que eu vivia na minha infância, recordo aqueles natais com bastante saudade. Bons tempos na minha infância!

Como é o vosso natal?

4 comentários:

  1. Adoro ler os teus textos que pões no blog, alguns depois de ler põe-me a pensar sobre o que eles dizem.
    Parabéns pelo trabalho.

    Continua assim....;D

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  2. Obrigada, não tenho andado com muita paciência para escrever, são fases, mas ainda bem que visitas e que gostas.

    já agora um bom natal.
    beijinho
    Cláudia

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  3. Pois visito com muita frequência!!!


    Feliz Natal :D

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