sábado, 19 de junho de 2010

Voas-te...



É cedo demais para pensar no amanhã
Tarde será para agir e querer agora
Falta-me a coragem de que preciso
Que por magia outrora
Foi-se no céu embora
Caiu no chão o desespero
Ouço-te no céu baixinho
Vagueando entre as nuvens
Mas volta depressa agora
Preciso é do teu riso
Preciso de alento
Para fugir á realidade
E poder emigrar na eternidade
Quero ainda o teu olhar solene
Que preenche os vazios da alma
Preciso de sentir som dos teus segredos
Que percorre sem medos
As trevas da calma
Mas não voltas-te!
Foste nas asas no vento
Saborear os mares da terra
E eu? E eu…
Aqui fiquei
Perdi de vista o fundo
O rasto do cheiro teu
Assim permaneci
Sozinha com o meu «eu»
No vazio de um eco profundo
Mas como vontade de querer
Ser o que nunca serei
E conhecer as linhas do mundo


Cláudia Martins

Um comentário:

  1. "Voar é muito bom, ter onde pousar é melhore ainda".

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